para fins dessa alegoria, me imaginei como um vaso. não um aquário, pois não sou tão transparente, não uma jarra pois não sou tão bem esculpida – talvez um vaso torto e confuso feito por um amador (mas que ainda conta como arte).
um vaso cheio d’água porque é como vejo minha alma, meu calor, minha paixão. é o que me dá vida.
também não é jarra porque não quero simplesmente derramar a água de forma graciosa e com calma. não é algum vaso que possa rachar e deixar cair pingos, não. ele tem que explodir de uma vez só.
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queria chorar mas não consigo. é uma sensação estranha. não tem exatamente algo de errado, mas nem tudo está certo também. tem algo faltando, e quem sabe o que falta não é mergulhar num rio que eu mesma causei até que eu caia no sono pela exaustão?
queria chorar porque quem sou eu se não sou mais alguém que tem epifanias emocionais que se liquidificam a cada tantos dias?
quem diria que antidepressivos trariam desvantagens.
(todo mundo. todo mundo diria, isso foi só para efeitos poéticos.)
queria chorar porque é melhor que vazio. e às vezes é até melhor do…
eu me acordo todos os dias no último minuto possível. talvez numa tentativa de alongar os sonhos, até agora a fonte mais surpreendentemente criativa para novas histórias (o que não vem ao caso agora). ao me levantar, abro o guarda-roupas e aí tenho que tomar a primeira decisão da manhã:
que palavras vou vestir hoje?
sabe, para mim, escrever bem é como vestir-se bem. ambos são coisas que eu gosto de praticar, que não me importo em gastar o tempo que for praticando, aperfeiçoando. buscando referências, vendo como outros fazem – curiosamente, também nos dois casos me perguntando se realmente…
Quero ser especial e sei que não sou a única. Quero ser aquela pessoa que os outros lembram de cara quando o outro menciona numa conversa. Aquela que se destaca, aquela esquisita, aquela diferente. “Aquela que ___” com uma coisa que só eu fiz, porque algo como “aquela que gosta de café” não limitaria em nada a busca pela pessoa sendo discutida.
Às vezes queria ter outros pintores favoritos, que não Van Gogh e Frida, porque essa é a escolha mais óbvia que existe. Ou ter a chance de explicar que meu apreço por Vincent não é porque ele era…
Para começar, a escala de violência não é a mesma, muito menos a motivação — antifascistas visam lutar contra o crescimento do fascismo, enquanto esse tem motivações verdadeiramente genocidas. Mas muitos argumentam que não deve haver violência alguma, que não há espaço para violência na política (e então criticam antifascistas que não excluem a possibilidade de usar violência como tática política).
O problema é que a violência é uma parte vital da política. Política é a distribuição de poder; e poder é estabelecido com violência (ou pelo menos a ameaça dela). A polícia e exército são forças que usam violência…
Este não é um texto onde eu vou falar “não me dê flores, não me dê chocolate, não me dê desconto em produtos femininos”. Não vou nem comentar sobre o quanto me entristece ver marcas usarem esse dia para fingir que se importam com equidade quando o modo como tratam suas próprias funcionárias diz o contrário.
Eu odeio o Dia da Mulher porque eu não queria que a gente tivesse que fazer disso uma ocasião especial. Eu não quero ser especial, quero ser igual.
Eu odeio o Dia da Mulher porque ele não faz absolutamente nada pelos direitos iguais. …
Dentre as atuais tendências no mundo da publicidade, uma das mais estimadas é o marketing de relacionamento. Foi-se o tempo em que tudo o que o consumidor queria da marca era comprar seu produto e fim de papo: as pessoas agora precisam entender todo o processo de uma marca para consumirem de empresas com ideais similares aos seus, e mais que isso, querem que essa experiência seja um canal aberto de relacionamento e não uma via de mão única. E, principalmente para as compras online, é muito importante seguir essas diretrizes. Deixar claro quem você é e qual a sua…
Como criadores, a maioria de nós busca dicas e conselhos de pessoas experientes na área, e depois de ver algumas delas repetidas várias vezes, a tomamos como regra. Mas escrever é uma experiência diferente para cada pessoa; e quando se tem depressão, pode ser especialmente desafiador. Essa condição atrapalha nosso desempenho em basicamente todos os passos pelos quais sentimos que devemos passar obter sucesso nessa carreira — afinal, queremos seguir os passos exatos de quem obteve êxito. Mas dia desses eu usei a metáfora da escrita de uma história como a construção de uma casa. E bem, se cada casa…
O que a maioria das pessoas tende a dizer automaticamente quando você relata algo ruim é: “mas veja pelo lado bom”. E eu não tô aqui pra rejeitar isso irrefutavelmente, até porque olhar pelo lado bom já me ajudou muito nessa vida. Ultimamente, inclusive, ando tentando não passar mais tanta raiva com a fatídica experiência de perder o ônibus, dizendo pra mim mesma que não vale falar “se eu tivesse saído um pouco antes” porque “se” não existe, e o que aconteceu aconteceu. Mas isso é divagação pra outro momento.
O que muita gente precisa aceitar é: às vezes o…
Escrever não é fácil, mas é sim uma arte que pode ser aprendida com dedicação e insistência.
Existem muitos motivos para que uma ideia nunca evolua (eu mesma tenho algumas engavetadas). Mas eu já vi muitas pessoas desistirem de uma história porque ela tem furos, problemas de enredo ou, colocando de forma mais simples, não vai pra frente. E é por isso que eu resolvi repassar uma técnica com a qual tenho a sorte de me dar bem: o planejamento de um livro.
No e-book “Como planejar seu livro“, vou ensinar para você o passo a passo de como organizar…